caminha, caminhando, poetando, vivendo como Deus me permite viver. É assim que vou. É desse jeito que sou. E aqui vão: notícias mensagens, poesias, crônicas, artigos, enfim, tudo que gosto e sou, parte dos caminhos que este caminhante procura seguir. Apenas isto!

terça-feira, 20 de julho de 2010

um dia, esta sociedade pagará!

ACORDA SOCIEDADE

Acorda Sociedade!

Egoísta, escravizante

(escravocrata),

Olha ao teu redor,

Enxerga esta gente

Que tornaste marginal!

Escuta os clamores

Pelo pão, pela vida,

E antes que seja tarde,

Que o verdugo da justiça

Te faça sangrar,

Vai ao encontro do irmão,

Despede-te da luxúria

E corrige os teus erros

Frutos da ganância

Da hipocrisia

Da exploração.

Vai, anda logo,

Escuta, age

Antes que tarde seja,

Para a paz.


Luiz Eduardo Caminha

No livro "Reflexos", 1987

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Aos Notívagos e Boêmios

R O D A D E V I O L A


O som,

Enche de romantismo,

O ambiente cálido

Da cantina acolhedora.


Lá está êle,

Cinquenta anos após,

A dedilhar as notas

Que lhe mandam o coração.


Olhos cerrados,

Cabeça inclinada,

Violeiro e Violão,

Misturam-se ao transe,

Da platéia; apoteose.


As mãos,

Aquelas mãos cheias de rugas,

Dedos finos,

Mostram um movimento frenético.


O toque suave,

Compasso a compasso

Sobre as cordas do violão,

Embaraçam solos e arpejos,

Maviosa sinfonia.


A seu lado,

Um copo de cerveja,

Um bandolim afinado,

Uma mesa vazia.


A platéia delira,

Canta contente :

Naquela mesa,

Êles sentavam sempre...


P.S.: Homenagem aos anônimos boêmios,

a Jacó do Bandolim e a Velha Guarda,

que fizeram da música brasileira, o roman-

tismo, que até hoje, embalou tantas décadas.


Luiz Eduardo Caminha