caminha, caminhando, poetando, vivendo como Deus me permite viver. É assim que vou. É desse jeito que sou. E aqui vão: notícias mensagens, poesias, crônicas, artigos, enfim, tudo que gosto e sou, parte dos caminhos que este caminhante procura seguir. Apenas isto!

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Ausência

Ausência


Mesmo que por breve instante,

Fiquei, sim, ausente,

Mas não tanto que não me lembrasse,

A mente, a necessidade de voltar.


Uma intercorrência passageira,

Uma falha cibernética ligeira,

Lá sumi, eu, como nuvem,

Levada pela ventania além.


Tempo curto. Suficiente para entender

Faço parte d’uma corrente virtual real,

Pessoas-elos que se completam,

Compartilham um desejo: encontrar-se.


É bom perceber que vivemos,

Mesmo que atrás de máquinas,

Cujos cabos, nuvens, não conseguem

Esconder que respiramos emoções.


Estamos conseguindo. Vencendo!

Ultrapassamos a tecnologia;

Fazemo-nos presença imaterial

Repletos de sentimentos reais.


Não, eu não sou um avatar.

...Apenas voltei!


Luiz Eduardo Caminha

Florianópolis,

Distrito (In)dependente de Ratones, 27.07.2011

segunda-feira, 11 de julho de 2011

OUTONO

O compasso da vida
Me abre os olhos,
A bruma cobre,
Densa, silente,
O leito do rio,
A roupagem da mata.

A brisa fresca da manhã,
Faz a pele aquecida,
Contrastar com a natureza,
O calor do corpo, da noite.

A vida,
Parte deste ar outonal,
Desperta alegre,
Aos primeiros raios,
Do astro rei.

Num cochilo do tempo,
De repente,
Como se um hiato houvesse,
A névoa some,
A mata descortina seu verde,
É manhã.

O céu azul límpido,
Perpassa à bicharada,
A onda cálida,
Do novo dia.

A sinfônica dos pássaros,
A voz dos bichos,
A melodia das águas,
Serpenteando a corrida do rio,
Misturam-se ao som,
Barulho da cidade.

O tempo passa,
A tribo humana,
Segue seu passo.
A natureza aguarda,
Como mágica,
A volta do crepúsculo,
O sumir do novo dia.


Luiz Eduardo Caminha,
Ratones, em 11.07.2011