Orfandade
Eu não imaginava
Ficar órfão tão cedo.
Aliás, eu nunca
Imaginei-me um órfão.
Estou nos cinqüenta e oito,
Quase cinqüenta e nove,
Primeiro meu pai,
Tristeza, melancolia.
Depois um irmão,
Dor, sentimento.
Mas ainda tinha uma mãe.
O fel da dor compensava!
Daí... ela resolveu partir,
Bateu asas
Como um pássaro,
Uma borboleta
Foi ao encontro dos seus,
Do outro lado.
O velho útero,
Sacrário dos filhos,
Já não vivia.
O cordão umbelical
Definitivamente se partira.
Um silêncio ensurdecedor,
Eco de uma ausência.
Foi aí que senti a orfandade.
Ficou fácil entender saudade.
Tão fácil! Tão amarga!
Sem graça, senti-la!
A Hamilton e Edy, meus pais, 1 ano depois que ela partiu para encontra-lo e reverem, juntos, meu irmão!
P.S.: Daí me vi cantarolando aquela musiquinha: Mãezinha do céu / Eu não sei rezar / Eu só sei dizer / Que quero te amar...
caminha, caminhando, poetando, vivendo como Deus me permite viver. É assim que vou. É desse jeito que sou. E aqui vão: notícias mensagens, poesias, crônicas, artigos, enfim, tudo que gosto e sou, parte dos caminhos que este caminhante procura seguir. Apenas isto!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Lindo
ResponderExcluirEmblemático ! Serve para todos nós, que já perdemos entes queridos...no meu caso, pai e quatro avós...
ResponderExcluirSinto também, de quando em vez, essa dor pungente.
Abraço, amigo !!!
James Pizarro
Sei bem o que é isso, o que se sente no sentimento de orfandade. Também faz um ano e alguns meses que perdi minha mãe. A saudade é eterna e sempre nos parece que foi ontem e a dor da saudade lateja para sempre.
ResponderExcluirUm forte abraço e que Nossas Mães estejam felizes ao lado do CriAmor!
lINDO MESMO....AMIGO,EU DEMOREI UM PAR DE ANOS PARA DEIXAR AS SAUDADES DE MEU PAI SUAVES.. BJ.
ResponderExcluirCECILIA
Querido amigo, bom dia.
ResponderExcluirEmocionante, sim. Muito. E profundo. Embora a trajetória da vida seja exatamente essa, não a aceitamos facilmente. Serve, porém de têmpera de nossas próprias estruturas interiores.
O meu grande abraço
Adilvo
parabens ao poeta,solidariedade ao sofredor
ResponderExcluirAmigo Caminha...
ResponderExcluirEntendo tua saudade.
Hoje faz 4 anos que meu pai, ao me visitar em Blumenau para o casamento do meu filho, partiu.
Em 1973 meu irmão de então 20 anos partiu em um Domingo de Páscoa.
Minha mãe está na UTI e sei que eles a estão esperando.
Peço a Deus que seja feita Sua vontade.
Neida
Parabéns Caminha Pelos seus sempre belos poemas.
ResponderExcluirBom final de semana e
que DEUS esteja sempre Convosco
Também eu, Caminha sou órfã. De mãe, aos 15 anos, e de pai, órfã de pai vivo, desde sempre. A morte, para mim, é só uma breve separação. Deus, que é puro amor, me deu de presente minha filha caçula, que é tal qual minha mãe... Lembro de como brigávamos, de como muitas vezes a detestava por ser tão autoritária ... Hoje me vejo rindo, vendo o jeito da "Dona Nilzinha", com apenas 2 anos, "me enfrentando", como nenhum dos outros filhos jamais ousou. Sabe o que faço? A abraço e rio e digo : "Ah dona Nilzinha, que saudades!!"
ResponderExcluirAMADO CAMINHA...
ResponderExcluirNunca é órfão quem tem a melhor das saudades por companhia - Luiz Poeta
E eu tenho certeza, meu irmão, que o seu coraçãoestá sempre habitado pela leve presença da sua mãezinha, do seu pai, do seu irmão e de todos que sempre farão parte dos seus melhore e mais sublimes sentimentos.
Fique com Deus.
Com carinho.
Luiz Poeta
Caro Caminha:
ResponderExcluirÉ por este motivo que a palavra mãe não tem rima no nosso dicionário. A mãe é um ser tão supremo, acho até que divino, e que nenhum poeta pode criar uma rima com a palavra que a define.
Um abraço de outro orfão
Pimpão
Meu sempre lembrado amigo e irmão Caminha:
ResponderExcluirPrimeiramente, a expressão de minha emoção e de minha admiração fraterna pela sua inspiração santa... Que Deus o abençoe
Que Ele lhe dê forças suficientes para continuar ajudando a todos nós a refletir e – porque não? – até nos emocionar.
Não sei se já lhe enviei a Carta mensal Jun/2010. Vai anexa, por via das dúvidas.
Abraço muito fraternos do amigo e irmão
Pe.Beraldo
Querido Caminha,
ResponderExcluirMuito, mais muito obrigada mesmo por ter publicado meu desabafo... O Felipe adorou!
Estou sem palavras...
Uma mãe, de um filho TDAH disse e muito bem: Se pegarmos um médico do século 19 e colocarmos em um hospital pra trabalhar, nos dias de hoje, ele não teria como, devido ao grande avanço nesta profissão. Se pegarmos um professor do século 19, ele poderia lecionar nos dias de hoje, por tão poucas mudanças de lá para cá...
Um beijo bem grandão, e um abraço daquele danado, bem exagerado para você!
Nani & Felipe
Muito lindo.
ResponderExcluirDeve ser muito bom conseguir expressar com palavras tão lindas sentimentos tão profundos.
bj Carminha
Meu amigo de fé,
ResponderExcluirAdorei teu poema. Nasceu no fundo do teu coração. Tem sentimento, tem alma, tem dor, tem saudade, tem amor e muito mais...
Sobre saudade quero te dizer o seguinte: "a saudade é o amor que fica".
Meu amado pai Vasco partiu para o oriente eterno há mais de 09 anos e todos os dias penso nele. Sinto sua falta. Seu modo de olhar, ser, estar, amar e ....
Com minha mãe a dor e a saudade não é diferente. Uma ausência silenciosa. Muitas vezes fico quietinho num canto...parece que ela esta comigo. Eu entendo você meu amigo. Entendo porque amei meus pais como você amou os seus.
Então vamos agradecer a Deus por ter-nos presenteado com tamanha graça e possibilitado uma vivência amorosa de 50 anos e mais. É pouco...confesso! Mas se fosse 100 anos provavelmente diríamos. É pouco.
Um abraço e muita Paz!
Vasco
PS. Um beijo no coração da Seluta
Caro Caminha. Estamos sempre em sintonia contigo. Abraços. Ana e Otávio
ResponderExcluirOi, Primo,
ResponderExcluirLindo teu poema, eles merecem.
É, ...a dor dessa oerda dói!
Beijos da prima Mainha
Olà meu amigo,
ResponderExcluirAs palavras deste poema me emocionaram profundamente, sinto a sua dor e o vazio desta partida até porque esta dor e este vazio eu os senti e sinto ao longo de minha vida pois fui separada de minha mãe com menos de um ano... Magnifico.
Lena Ommundsen Alard
Grande Caminha,
ResponderExcluirNossos pais são a maior riqueza que temos.
Mesmo qdo eles partem, deixam um inesquecível legado.
Suas presenças persistem.
Abraço fraternal,
Itamar
Olá amigo, estpero que tenha se recuperado do mal estar sofrido durante o encontro de Safaris ai em Floripa, estamos torcendo por Você.
ResponderExcluirAbraços, Altair.
Olá meu bom amigo Caminha, ler voce , sempre será um bom motivo, pelo amigo pela poesia,
ResponderExcluirabraços,
Efigenia Voutinho
Caríssimo amigo, Caminha!
ResponderExcluirEsta falta de nossos pais será eterna, assim como, a herança de formação moral, espiritual e o carinho que nos deram ao longo da vida. Eu também sou ófâ de pai e mãe.
Céu azul profundo -
Nossa, minha mãe morreu
num dia assim.
Um caloroso abraço
Benedita Azevedo