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domingo, 25 de outubro de 2009

O Rio das Olimpíadas

Um Rio Olímpico

2009, 02 de Outubro. O Rio será sede das Olimpíadas de 2016, a primeira da América do Sul. Escolha histórica e merecida.

1992, Olimpíadas de Barcelona. Desde a escolha, o Prefeito determina: a Olimpíada será o estopim de modernização da cidade numa urbe digna de seus cidadãos. Um projeto de inclusão. A área do porto, decaída pelo meretrício e criminalidade, transforma-se numa moderna Vila Olímpica. Os problemas foram encarados visando o pós-olimpíada. A cidade carrancuda torna-se uma alegre porta do Mediterrâneo. Barcelona renasceu para os barcelonetas. Acordou para o mundo.

1992. ECO-92. O mundo se volta para o conflituoso Rio de Janeiro. Ecologistas e celebridades políticas da Terra no Brasil. A cidade se prepara. Melhor: o aparato do Estado se prepara. Como? Com um projeto de exclusão. Dos pobres, dos marginalizados, das favelas. Uma cidade das celebridades foi isolada dum outro Rio. Um cinturão de soldados, armados até os dentes, isolava o problema de segurança, da cidade dos problemas: o Rio dos guetos, da criminalidade.

Rio 1997. Jogos Panamericanos. Novos sonhos, velhas promessas: urbanização, obras faraônicas, Vila Olímpica pensada para uma futura Olimpíada. Tudo como o cidadão espera. No que deu? Jogos, nota 10. Aparato Olímpico nota 100. Cerimoniais nota 1000. Urbe: nota zero. Projetos sociais, inclassificáveis. Mudanças de orçamento, desvios de recursos, corrupção. A história se repete. Novamente a exclusão. Exército nas ruas.

Sou a favor dos Jogos e do Rio - quem não seria? Mas espero que a Olimpíada traga alento aos cariocas. De atributos naturais extraordinários, dum povo alegre de uma amabilidade incomum, o Rio não pode mais se curvar aos paroxismos dos marginais e à negligência das autoridades. Que os Jogos sejam um marco de renascimento da outrora Maravilhosa Cidade, orgulho nacional. Mas que não ocorra de se marginalizar o ser humano. O projeto não pode se resumir a uma passarela de vaidades. Nem, tampouco, um manjar de corrupção. Todos querem ver a Cidade Maravilhosa transformada num Olimpo brasileiro, um panteão de glórias.

Que prevaleça o bom senso. Salve-se o Rio de suas mazelas e construa-se uma urbe digna para sua gente. Uma cidade que vive aos pés do Cristo Redentor não pode conviver com o paradoxo demoníaco dos contrastes mais inumanos existentes no mundo. A fome, a miséria, a criminalidade, a corrupção, o roubo, não combinam com o espírito do carioca, muito menos com os ensinamentos do Mestre. Que se volte a cantar: foi um Rio que passou em minha vida....

Luiz Eduardo Caminha

Floripa, Distrito de Ratones, 05.10.2009

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