caminha, caminhando, poetando, vivendo como Deus me permite viver. É assim que vou. É desse jeito que sou. E aqui vão: notícias mensagens, poesias, crônicas, artigos, enfim, tudo que gosto e sou, parte dos caminhos que este caminhante procura seguir. Apenas isto!

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Saindo do forno aceso na madrugada

Cheguei agora do lançamento do livro "Martins ao Cubo" do Jairo Ramos Martins, José Endoença Martins e Rosane Martins. Os três de Blumenau, esta loira terra que me acolheu como filho por 25 anos. Dá prá perceber porque o "ao cubo", não?. Tudo aconteceu na Fundação Badesc, capitaneada pelo competente amigo Sabino. Um show!!!

Parabéns aos autores e ao Sabino por fazer daquele espaço cultural, um dos mais importantes de Florianópolis.

Ah! Se todos os agentes culturais, ligados ou não ao governo, encarassem a cultura com a mesma paixão do Sabino... Este país produziria coisas muito melhores, em tudo... inclusive na política (e especialmente nesta) onde tem gente ocupando cargos sem qualquer qualificação para tal.

É o império, gente, que ainda nos faz engolir sapos por rã e coelhos por lebre!!!

Disse! Por ora!!!


Ah! Não esqueça de visitar meu site e deixar sua mensagem:
http://www.stmt.com.br/

"Feliz o homem que se dedica em servir o Senhor e medita suas palavras dia e noite" (Salmos 1,2)

Amor, Paz e Bem, que não custa nada a ninguém!

Grande Abraço,

Caminha

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Boas Vindas

Bem gente amiga e amigos escritores, amigos só amigos,

Comecei com a mensagem aí embaixo minha "estréia" no Blogger. Espero que me cobre, eu próprio, e me cobrem, todos vocês, as atualizações. Em breve colocarei um link em meu site "Stammtisch, Confrarias e Patotas" para que os usuários daquele, possam ter acesso a este. Como o vice-versa funciona, vou colocar aqui um acesso ao site. Vai que vocês queiram interagir por lá ou saber o que significa esta coisa, não?

Por hoje é isto. A não ser que surja algum evento extraordinário.

Ah! Não esqueça de visitar meu site e deixar sua mensagem:
http://www.stmt.com.br

Que Deus vos abençoe e vos ilumine,

"O Senhor é meu rochedo, minha salvação, minha fortaleza, jamais vacilarei" (Salmos 61, 7)

Amor, Paz e Bem, que não custa nada a ninguém!!!

Grande Abraço,

Caminha

Senhores do tempo

SENHORES DO TEMPO
Luiz Eduardo Caminha

“Qual de vós, por mais que se esforce, pode acrescentar um só momento à duração de sua vida?” (Mateus 6, 27)

O ambiente acolhedor daquele restaurante oriental teria muito a nos provocar naquela noite. Luz indireta, garçons com quimonos típicos, iconografia própria, tudo levava a sugerir uma noite inolvidável.
Pedidos feitos, bebidas servidas, uma pequena espera e, numa gentileza da casa, uma salada especial foi posta à mesa. Mais dez minutos e vieram dois pratos de iguarias, apresentados como entradas. Quinze, vinte minutos depois e nada do prato principal. Começamos a ficar preocupados, ou melhor dizendo, a reclamar.

~ Não é possível! Quatro mesas, cerca de vinte pessoas e esta demora!
~ Vai ver foram pescar o peixe que serviria para a elaboração de um dos pratos.
~ Há que se entender, gente! Pouco movimento, tudo preparado na hora, vai ver é assim mesmo!
~ Mas, espera aí! Já se passam trinta minutos! Cá entre nós, é demais!
~ Trinta, nada! Já se vão quarenta minutos!

O relógio parecia conspirar contra a casa. Os ponteiros corriam mais que o tempo.

Foi aí que pensei e perguntei:

~ Quanto tempo será necessário para um jovem atravessar um espaço de cem metros? E um ancião, de oitenta anos, quanto tempo levaria para percorrer a mesma distância?
~ Cinco minutos, arriscou um.
~ Não! Três minutos a passos largos, palpitou outro.
~ Mas e o velho, gente?
~ Ah! O velho! Uns oito, dez minutos, dependendo de como estiver.

Continuei a brincadeira e fui avante:

~ E para se preparar um sushi ou um sashimi? Quanto tempo é necessário?

~ Seguramente menos do que este restaurante está levando! No máximo vinte minutos! Arriscou um dos presentes.

Sem querer filosofar, surgiu-me uma única resposta:

~ O tempo necessário para um jovem ou um velho atravessar cem metros, para um cozinheiro preparar um prato oriental não é outro que o tempo necessário para fazê-lo!

Surpresa geral! Eu estava ficando louco? Ou fazendo uma brincadeira?

~ Na verdade, talvez seja assim! – pensei. Alguém já viu um monge tibetano, um mestre chinês ou hindu usando relógio? Eu, sinceramente, nunca vi e, em fotos, filmes, documentários sobre o extremo oriente, jamais presenciei esta cena. Vejo isto, sim, nos novos executivos chineses, coreanos, japoneses, cada um correndo desenfreadamente de olho no pulso, no relógio, mas num monge, num mestre de artes marciais ou de filosofia oriental, nunca! Isto, entretanto não é regra geral.

O ocidente exportou este péssimo hábito. O relógio, uma máquina feita pelo homem para marcar o tempo passou a dar ritmo a nossas vidas, tal como os celulares que, há 15 anos atrás, não existiam e todo o mundo vivia sem eles. Até o tic-tac romântico dos relógios foram substituídos por ponteiros eletrônicos que não param nunca. Não cansam. Cada tic, cada tac dava um espaço de tempo, milesimal que seja. Entre um tic e um tac pareciam bradar, em nosas mentes: o tempo não é inexoravelmente uma corrida contra si próprio. O tic, o tac, eram “flashes”, hiatos de tempo que faziam esta máquina de marcar o tempo, dar um tempo ao tempo, uma parada. Lembrava que somos senhores do tempo, não seus escravos.

Mas tudo isto não passa de chover no molhado. Precisamos correr. O tempo, ou melhor, o relógio, está aí a nos impor o ritmo que devemos ter. É necessário correr para cumprir uma agenda, compromissos, chegarmos atrasados – sim porque quem diz que alguém está atrasado é o relógio. Se fossemos senhores do tempo nunca estaríamos atrasados. Cada tarefa seria cumprida no estrito tempo necessário para cumpri-la.

Seria uma zorra! Diriam uns! Talvez! Mas viveríamos mais tranqüilos e o estresse, este subproduto da pressa, da necessidade de cumprir horário, de correr, de apresentar resultados no menor tempo possível, talvez nem existisse, ou pelo menos, só seria presente em situações que o exigem: o pânico, uma tragédia, um exame médico, etc. Tarefa a fazer, tarefa a cumprir, tarefa executada. No seu temp necessário para ser feita.

Calma! Não estou querendo subverter as tabelas de horários e compromissos, nem tampouco afirmando que cada um tem que desobedecer horários pré-estabelecidos. Eles são necessários. Já pensou a confusão que seria, no Brasil, se os vôos não tivessem horário?! Com horário pré-agendado já saem sempre atrasados, imagina se isto não houvesse.

É! Pelo menos para isto o relógio serve! Sabermos quanto tempo está atrasado aquele determinado avião. Mas, pouco isto nos vale, não é verdade? Atrasado está e nós que nos lixemos! Nada podemos! Nada acontece!

O que quero é, enfim, convidá-los a uma reflexão: pelo menos nos espaços de tempo destinados ao lazer, esqueçamos um pouco os relógios! O frenesi! O corre-corre! E se for possível transgredir um pouco, façamos isto no maior número possível de compromissos assumidos.

Façamo-nos, pelo menos aí, senhores do tempo, como aqueles orientais, e não escravos do relógio, como fazem os ocidentais.

Quem sabe aí, entendamos que o tempo necessário para se fazer um sushi é apenas o espaço de tempo necessário para se fazer um sushi! E pronto! Ou algum daqueles garçons de quimono vai ter coragem de perguntá-lo quanto tempo é necessário para você comer um sashimi?

A par disto, a noite foi, mesmo, inolvidável!