caminha, caminhando, poetando, vivendo como Deus me permite viver. É assim que vou. É desse jeito que sou. E aqui vão: notícias mensagens, poesias, crônicas, artigos, enfim, tudo que gosto e sou, parte dos caminhos que este caminhante procura seguir. Apenas isto!
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
caminha, caminhando, poetando...: Minha mensagem de Natal
Minha mensagem de Natal
Queridos amigos,
Desejo a todos um Natal e Ano Novo repleto de Saúde, Paz, Felicidades e bençãos do Menino Deus. Que nossos olhos se voltem para o planeta e para todos os seres vivos que nele agonizam e o fazem agônico.
Deixo uma pequena mensagem para meditação:
Natal Mendigo
Luiz Eduardo Caminha
Natal lembra um novo rebento,
Esperança que o mendigo sente
Triste alegria que se faz semente
Fé convertida, novo advento.
Natal estrela que lhe alumia
Por mais que lhe sofra a dor parida
Molhe o rosto a lágrima furtiva.
É menino, caminho que nos guia.
Natal é partilha do pão dormido
Que aplaca a fome do desvalido.
É felicidade quase certa.
Até que soe o sino da manhã,
Que volva mendaz a esperança vã.
Sonho vai. O mendigo desperta.
P.S.: Que no Natal possamos fazer menos mendigo o Menino Jesus e tantos outros meninos que vivem, na carne, o sofrimento da exclusão e sonham - ainda - esperanças!!!
Luiz Eduardo Caminha,
Distrito (In)dependente dos Ratones,
Florianópolis, Natal 2010
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Cacos e poemas
Pois vai daí que, fazia tempo, eu nada postava. Coisa desta saúde... titubeante, que cisma, vez por outra, tentar derrubar-me. Tola! Mal sabe que sou um forte. Minha fortaleza é Deus. E daí... eis que me reergo. E cá estou. Teimosamente!!!
RAÍZES
Que seja ela,
A poesia,
Firme como a árvore.
Embora estática
Finca raízes,
Suga da terra...
E mostra, um dia
Nas folhas e frutos,
A razão que a move.
Que exprima ela,
A poesia,
Como a árvore,
Da seiva, o fruto.
Rabiscos de letras,
Amores e paixões,
No leito virgem, papel,
O seu doce cantar.
Sobretudo,
Que seja ela,
A poesia,
Como a água
Que se move
Corredeira abaixo.
Busca mar oceano,
Onde singram velas,
Horizontes sem fim...
Luiz Eduardo Caminha
Fontes
Lua cheia,
Estrelas que faíscam,
Sol nascente,
Poente eterno,
Fontes inspiram,
Respiram,
Poesias.
Sonhos
Estás louco poeta?
Queres tu imaginar,
Que o imponderável
Acontece?
Sonha, sonha, oh! Poeta.
Ainda bem que dormes,
Melhor: existes.
E sonhas...
Poesias!
Luiz Eduardo Caminha
Florianópolis, Ratones, 11.03.2010.
Revisada 23.11.2010
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
primavera, que venha o verão
Prenúncio de Verão
Que os ventos de Agosto,
Tão frios cá no Sul,
Tragam breve, a gosto,
O céu de Primavera, azul.
Pássaros a cantar,
Ninhos a fazer, então,
Amores a desbravar,
Prenúncio de verão.
Luiz Eduardo Caminha
Distrito (In)dependente de Ratones
12.09.2010
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Prum frio máximo, um poeminha mínimo
poemínimo
cá
no
sul
é
só
frio
que
dá
quiçá
saudade
do
verão
é
tão
frio
que
não
dá
pra
mim
mas
dá
um
bom
surf
prá
pinguim
Distrito (In)dependente dos Ratones,
Frio de 5 graus,
Floripa – SC – 03.08.2010
terça-feira, 20 de julho de 2010
um dia, esta sociedade pagará!
ACORDA SOCIEDADE
Acorda Sociedade!
Egoísta, escravizante
(escravocrata),
Olha ao teu redor,
Enxerga esta gente
Que tornaste marginal!
Escuta os clamores
Pelo pão, pela vida,
E antes que seja tarde,
Que o verdugo da justiça
Te faça sangrar,
Vai ao encontro do irmão,
Despede-te da luxúria
E corrige os teus erros
Frutos da ganância
Da hipocrisia
Da exploração.
Vai, anda logo,
Escuta, age
Antes que tarde seja,
Para a paz.
Luiz Eduardo Caminha
No livro "Reflexos", 1987
sexta-feira, 9 de julho de 2010
Aos Notívagos e Boêmios
R O D A D E V I O L A
O som,
Enche de romantismo,
O ambiente cálido
Da cantina acolhedora.
Lá está êle,
Cinquenta anos após,
A dedilhar as notas
Que lhe mandam o coração.
Olhos cerrados,
Cabeça inclinada,
Violeiro e Violão,
Misturam-se ao transe,
Da platéia; apoteose.
As mãos,
Aquelas mãos cheias de rugas,
Dedos finos,
Mostram um movimento frenético.
O toque suave,
Compasso a compasso
Sobre as cordas do violão,
Embaraçam solos e arpejos,
Maviosa sinfonia.
A seu lado,
Um copo de cerveja,
Um bandolim afinado,
Uma mesa vazia.
A platéia delira,
Canta contente :
Naquela mesa,
Êles sentavam sempre...
P.S.: Homenagem aos anônimos boêmios,
a Jacó do Bandolim e a Velha Guarda,
que fizeram da música brasileira, o roman-
tismo, que até hoje, embalou tantas décadas.
sexta-feira, 18 de junho de 2010
Reflexões poéticas ou nada poéticas sobre o Inverno
Inverno 1
Cruel,
Sisudo,
Padrasto.
De mim?
Carrancudo,
Casmurro,
Sofrido.
Teu corpo?
Se amolda,
Me aquece,
Me envolve,
Me cobre.
Só tu,
Mulher,
Podes ser
Meu Sol!
Inverno 2
Frio intenso.
Na estepe
De minha mente
Nada cresce.
Nem mesmo
Um poema -
Que me aquece –
Que me aqueça!!!
Porventura...
Inverno?
Não rima
Com estéril?
Deveria!
É isto
Qu’ele faz:
Até a mente
Tolda,
Congela,
Nada produz!
Mínimo
Tu és,
Mulher,
No
Inverno,
Meu
Sol.
Meu
Verão.
Amenidades
Coisas boas do Inverno:
Uma cama bem quentinha,
Um ar quente no máximo,
Um café de pelar a boca
...
Só prá continuar
Debaixo dos cobertores.
Nada disto é melhor
Que a areia leito de uma praia,
Um Sol de verão,
Uma água de coco bem gelada,
De doer os dentes.
...
Quem gosta de frio e neve
É pinguim, urso polar e esquimó!
Lua invernal
Até a lua,
Amante dos boêmios,
Companheira dos notívagos,
Se acoberta;
Agasalha-se de nuvens,
Névoa,
Neblina;
Esconde-se
Do frio gelado.
Mas está lá!
Pronta, à espera,
O poeta sabe.
Antípodas
Lareira,
Vinho tinto,
Fondue
...
Pra passar o frio.
De minha parte,
Prefiro:
Sol,
Cerveja gelada
(ou água pura),
E... churrasco.
Mais alegre,
Minha praia.
sexta-feira, 28 de maio de 2010
Ainda a saudade...
Eu não imaginava
Ficar órfão tão cedo.
Aliás, eu nunca
Imaginei-me um órfão.
Estou nos cinqüenta e oito,
Quase cinqüenta e nove,
Primeiro meu pai,
Tristeza, melancolia.
Depois um irmão,
Dor, sentimento.
Mas ainda tinha uma mãe.
O fel da dor compensava!
Daí... ela resolveu partir,
Bateu asas
Como um pássaro,
Uma borboleta
Foi ao encontro dos seus,
Do outro lado.
O velho útero,
Sacrário dos filhos,
Já não vivia.
O cordão umbelical
Definitivamente se partira.
Um silêncio ensurdecedor,
Eco de uma ausência.
Foi aí que senti a orfandade.
Ficou fácil entender saudade.
Tão fácil! Tão amarga!
Sem graça, senti-la!
A Hamilton e Edy, meus pais, 1 ano depois que ela partiu para encontra-lo e reverem, juntos, meu irmão!
P.S.: Daí me vi cantarolando aquela musiquinha: Mãezinha do céu / Eu não sei rezar / Eu só sei dizer / Que quero te amar...
terça-feira, 18 de maio de 2010
Certo futuro funéreo do excluído
Espectro
Foto noturna,
Riscos de luzes,
Rasgos melancólicos,
Soturnas lembranças.
Lúgubres sombras,
Espectros famélicos,
Andanças perdidas,
Descoloridas!
Uma tela disforme
Retrata a fome.
Miséria cansada
Da exclusão.
Quem vai parir o amanhã?
Quem vai colorir a vida?
A Esperança? Último grito de Pandora?
Ou a certeza? Dum triste futuro possível?
A argamassa, massa dos pobres,
Pão amanhecido, amolecido
Pelo suor diário de desatinos.
Faina diuturna, sede insaciável
De Justiça... e Paz, enfim!
Um Sepulcro futuro e garantido,
Repleto de sonhos, sussurros,
(Caiado pela hipocrisia)
Resta como digno descanso!
Distrito de Ratones – Florianópolis, 18.05.2010.
sábado, 15 de maio de 2010
Outono... é festa na ilha!
Festa na ilha
Primeiro friozinho d'outono
Lá vêm faceiras tainhas
Comida de sobra, festa na mesa
Pescador, pesca, pescada, doutor.
Primeiro calorzinho da primavera
Lá vêm raparigas faceiras
Saia rendada, sorriso convite
Festa, amasso, cama... namorador.
Aquelas, que dão de sobra,
No mar nas redes, n'areias,
Comidas de toda maneira.
Estas, mocinhas dadeiras,
Nas praias, nas dunas d’areia,Levanta a saia que sobra.
E como sobra!
Se sobra? Como!!!
Distrito de Ratones, Florianópolis, 12.05.2010
sexta-feira, 12 de março de 2010
Dia da Poesia
Que Deus os abençoe,
Poesia
Que seja ela,
A poesia,
Firme como a árvore,
Embora estática,
Finca raízes,
Faz da seiva fruto
Doce cantar.
Todavia,
Que seja ela,
A poesia,
Como a água,
Que se move,
Corredeira abaixo,
Busca mar oceano,
Onde singram velas,
Horizontes sem fim!!!
Fontes
Lua cheia,
Estrelas faíscam,
Sol nascente,
Poente eterno,
Fontes inspiram,
Respiram,
Poesias.
Sonhos
Estás louco poeta?
Queres tu imaginar,
Que o imponderável
Acontece?
Sonha, sonha, oh! Poeta.
Ainda bem que dormes,
Melhor: existes.
E sonhas...
Poesias!