caminha, caminhando, poetando, vivendo como Deus me permite viver. É assim que vou. É desse jeito que sou. E aqui vão: notícias mensagens, poesias, crônicas, artigos, enfim, tudo que gosto e sou, parte dos caminhos que este caminhante procura seguir. Apenas isto!

sábado, 20 de dezembro de 2008

FELIZ NATAL!!! oh!oh!oh!

Feliz Natal

Gente, me desculpem, tá? Mas acho uma tolice esta história de copiarmos tudo o que os americanos fazem. Tá certo! Tá certo! O Papai Noel não é invenção deles. Dizem que vem de São Nicolau Taumaturgo, Arcebispo de Mira na Turquia em 280 d.C. Homem de bom coração, costumava ajudar anonimamente as pessoas pobres, deixando saquinhos com moedas próximas às chaminés das casas. Foi declarado santo, pela Igreja Católica, depois que muitos milagres lhe foram atribuídos. A transformação em símbolo natalino aconteceu na Alemanha e correu o mundo inteiro.

Até o final do século XIX o Papai Noel era representado por um velhinho de barba branca e roupas marrom (uma bata como as que são usadas pelos bispos e pelo papa até hoje).

É aí que entram os americanos. Foi a Coca-cola que, em 1881, numa campanha publicitária inventou o Papai Noel Vermelho, de gorro com pom-pom branco e tudo mais.
Até aí tudo bem! O velhinho é mesmo simpático e agrada adultos e crianças. Mas aí vem a macaquice: Esse tal de Ho! Ho! Ho! que, em inglês, se escreve com a letra aga (H), mas se pronuncia como um erre (R) vindo da garganta. Pois não é que os macaquitos escrevem em inglês (com H) e ao pronunciar, ao invés de O! O! O! (já que a letra aga, em português não tem som) o fazem imitando os americanos, ou seja Ro! Ro! Ro! Convenhamos, é ridículo!

Mas eu comecei a escrever este texto não para tocar o pau no Papai Noel ou nos macaquitos. Afinal, como já referi, acho o velhinho simpático e, quanto a questão dos macaquitos e macaquices, não adianta espernear. Somos assim mesmo. Brasileiros! Com uma potencialidade enorme para imitar. Sem precisar, é lógico, porque em tudo e por tudo somos melhores que muitos. Bem, deixa isto prá lá.

O meu questionamento é que essa massificação do Papai Noel, fruto de um mercantilismo exagerado e de uma vocação escrava para o consumo, tem feito o homem esquecer o centro das celebrações de Natal. Gente!!! Natal é data cristã, que comemora o nascimento de Jesus Cristo. Deus que se fez homem, no ventre de uma mulher, para nos trazer a mensagem de Salvação.

Pois é! Eu sei! Tem gente até que vai dizer: Mas o Caminha, hein? Se sair com esta agora? É porque, realmente, os sentimentos trazidos por este ato da bondade de Deus estão sendo jogados prá escanteio. Existem crianças, famílias inteiras, que passam o período natalino sem lembrar do Menino Jesus, da família de Nazaré, sem nem saber o que é um presépio, sem sequer pensar em Deus. Tá lá isto certo?

E a respeito da fraternidade, dos pobres desvalidos, dos excluídos da sociedade? Será que Natal é só presente? É só consumo?

Pois foi pensando neste blá-blá-blá todo que resolvi fazer um poema, este que segue abaixo, sobre o Natal. Tá certo! A motivação também foi a dureza por que passou a gente de Blumenau e região e pela qual, agora, passam cariocas e mineiros. Daí, pode parecer que eu esteja sendo meio chato, casmurro, mas fica a mensagem para reflexão. E, ao fim ao cabo, Blumenau vem mostrando, mais uma vez, a sua inequívoca vocação para a tenacidade, a luta, o re-nascimento, a re-construção.

Que Deus os ilumine e lhes propicie um Santo e Feliz Natal e um Novo Ano cheio de Paz, Saúde e Felicidade. Mas, acima de tudo, que vocês, meus amigos, possam, por pouco que seja, pensar neste menino, Jesus, e em tantos outros meninos que não tiveram a sorte que temos.

Amor, Paz e Bem, que não custa nada a ninguém!!!

Caminha,
Floripa, Ratones, 19.12.2008
- Ah! Aí vai a poesia:



Natal

Eu quis escrever Natal.
Num berço, uma gruta,
Um menino,
Emanuel,
Deus Conosco!

Eu quis fazer Natal!
Na calçada, na rua,
Um maltrapilho,
João, José,
Quem sabe?
O Homem desfigurado.

Eu quis entender Natal.
O homem imagem
Semelhança de Deus,
Ali, cheio de chagas,
Ferido
Ultrajado,
Mais parecia o Jesus da Cruz!

Eu quis pensar Natal,
Não ouso, não posso,
A dor, tristeza,
Não me permite,
A dura realidade,
Não deixa,
Que eu veja,
Deus, nos homens.

Ao lado do homem,
Uma criança,
Um cachorro sarnento,
Um brinquedo quebrado.

Suas mãozinhas afagavam,
Aqueles cabelos desgrenhados,
Sua fome balbuciava,
Papai, quero um pão.

Uma lágrima seca,
Marcava o rosto molhado,
Pela chuva da miséria.
Aí eu soube, compreendi,
Havia um Natal a construir.

Saio da pasmaceira,
Ergo os olhos aos céus,
Atravesso a rua,

Em meio a fogos,
Papais Noéis bordados,
A festa rolava numa casa.

Entro, grito,
Gente! Do outro lado da rua,
Eu vi o menino!
Eu vi Jesus!
Um prato, por favor,
Mesmo que seja de migalhas,
Quero entender o Natal!!!

Quero estender o prato,
Enxugar o pranto,
Dar feições àqueles seres,
Pobres, desvalidos,
Que nada têm.

Em meio à noite,
Madrugada alta,
A chuva, enxurrada,
A terra encharcada,
Treme.
Tudo desmorona.

Em poucos minutos, Tudo é igual,
Ninguém tem nada,
Como o homem,
Como a criança,

A lama, misturava,
Os pedaços de móveis,
Aos retalhos daquelas vidas,
Tudo se foi,
Água abaixo.

Todos, então, compreenderam,
Há um Natal a construir!!!

Luiz Eduardo Caminha,

Floripa, 15.12.2008

4 comentários:

  1. Ô, Teco Padaratz da poesia...


    Belo poema, tocante e comovente, como pede o atual momento.


    Um abraço, desde Maceió!

    Kelly Slatter das letras.

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  2. Feliz Natal e que o Pai possa nos unir mais a cada dia. Boas Festas para toda sua família. Abraços Sávio Assad

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  3. Valeu, Bicho Bom. Que Deus te mantenha iluminado. E generoso com as tuas lanternas. Porque há muita escuridão no mundo.

    Fraterno abraço

    Alberton

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  4. Oi Caminha
    Não sei se já tinha te mandado alguma resposta, mas hoje, chegando em casa, estou lendo os email que não consegui abrir enquanto viajava.
    Lindo !!!
    Falas como blumenauense quando escreves este poema e não como um manezinho. Tenho certeza, depois de ler, que ficou na tua alma uma dose muito grande de Blumenau. Ninguém pode ficar indiferente a desgraça que aconteceu por lá, e como uma blumenauense genuina, não poderia ficar mais sensibilizada.

    Um abração

    Carminha

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