caminha, caminhando, poetando, vivendo como Deus me permite viver. É assim que vou. É desse jeito que sou. E aqui vão: notícias mensagens, poesias, crônicas, artigos, enfim, tudo que gosto e sou, parte dos caminhos que este caminhante procura seguir. Apenas isto!

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Blumenau x Portugal

Bem gente, eu estava devendo alguma coisa sobre nosso III Encontro Luso-Brasileiro de Escritores, realizado entre 12 e 15 de Junho em Blumenau. É isso mesmo!!! Em Blumenau, esta germânica cidade do sul do Brasil que também tem uma enorme colônia de descendentes lusitanos. Durante estes dias, Blumenau foi a capital da lusofonia. Pois aí vai minha impressão sobre o evento.


Blumenau também é Portugal

Não há dúvida qualquer. Queiram ou não os céticos, os xenófobos, aqueles que vivem a ilusão da raça pura, os que ainda segregam ou degredam, os que excluem ou se auto-denominam superiores, Blumenau se curva a uma doce e rica realidade: aqui também é Brasil e por mais que se tente preservar o idioma e a cultura alemã – que infelizmente está sumindo – aqui os traços do brasileirismo convivem com os desta bela e loira gente, nesta imensidão continental chamada Brasil. Não foi ao sul da Alemanha que Hermann Blumenau e todos os colonos que o seguiram se deslocaram enfrentando, muitas vezes aventuras e agruras. Não! Esta terra, chamada Blumenau, está bem ao Sul da Alemanha, em outro continente que não a velha Europa. Esta aldeia está na mais nova terra da promissão. Aquela que abriu as portas para um grande amalgamamento de raças, culturas e origens. Uma terra nova, chamada Brasil.

Aqui, em que pese a necessária preservação da cultura trazida do Velho Mundo, tudo se mistura, para o surgir de uma outra cultura, outras tradições e, até, de uma neo-invenção das velhas. Aqui, o elemento europeu misturou-se aos índios, aos africanos, aos orientais e construiu um ser “sui generis”, cheio de jeitos e trejeitos herdados, outros adquiridos, mas sobretudo, transformados para um novo “modus vivendi”, o jeito de ser brasileiro, um “braziliengeist”.

Aqui se dança o samba, se joga o melhor futebol do mundo, aqui se fala o alemão, o indiano, o tupi, o guarani, o mandarim, o italiano, o polish, o iidish, aqui se fala em quase todos os idiomas do planeta, mas aqui, todos se cobrem sob o manto de Camões, o manto da última flor do láscio, aqui se pratica o português que, não por acaso, também surgiu no Velho Continente. Aqui se rendem todos a esta língua, mesmo que alguns não queiram, aqui se vive Portugal. Se há um pouco de Alemanha, de Itália, da Polônia, da Coréia, China, Japão, enfim um pouco de qualquer nação, aqui há muito de Portugal. Se foram eles que nos descobriram, ou nos inventaram, não resta dúvida, aqui outros se miscigenaram para construir, com seu suor, seus hábitos, seus costumes, um novo pedaço de chão uma nova nação.

Não há porque temer. Somos sim, filhos de Portugal, naturais, bilógicos ou enteados, mas somos filhos de Portugal e, porque não dizer, irmãos de Angola, Moçambique, Goa e outras paragens mais onde o espírito aventureiro dos navegadores se dispôs a ir.

E isto ficou patente entre os dias 12 e 15 de Junho, nesta germânico-brasileira-portuguesa Blumenau, durante o 3º. Encontro Luso-Brasileiro de Escritores do Portal CEN, onde de um lado alguns poucos portugueses se ajuntaram a descendentes de alemães italianos, poloneses, mas todos, sem exceção, brasileirinhos da silva.

A festa foi um sucesso. Que o digam os Matos, os Melo, os Ribeiro, os Ferreira, os Azevedo, os Klueger, os Steil, os Heyden, os Hadlich, os Bornhofen, os Petry, os Weirich, os Barros, os Machado, os Manczak, os Leivas, que cantem os Braga, os Victor, os Oliveira, os Limeira e os Garcia, os Zunino, os Vanutti, Albarello, Tomarchio, os Nazaro, os Silva, os Martins, os Nascimento, os Brasil, os Assad, os Lamounier, os Maraci, os Canales e os Zahler, que prosem os Sachet, os Fárion, os Ennes, os Cardoso, os Coutinho, os Azevedos, os Castel-Branco, que troem os Trovão, os Gusmão, os Pimpão e os Mourão, que escrevam os Caminha, os Távola. Ufa! Enfim, que falem todos, nomes e sobrenomes e que os Santos digam amém.

Aqui é Blumenau! Aqui a Santa, e Bela, é Catarina, Aqui é Brasil! Cá é Portugal e Acolá... Bem, acolá que seja o resto. Que venha o 4º. Encontro porque este, como os outros já fez sua história, construiu esta ponte que é lusófona, mas que, sobretudo, mostra gentes que, independente de onde venham e para onde irão são irmãos, amigos, amados, viveram e vivem a fraternidade do Portal CEN e são filhos, com nome, sobrenome, heteronome, e tudo mais, de um mesmo Pai: Deus!

"O Senhor vos abençoe e vos guarde! O Senhor vos mostre a Sua face e conceda-vos a Sua graça! O Senhor volva o Seu rosto para v[os e vos dê a Paz!!!" ( Números 6, 24-26)

Amor, Paz e Bem, que não custa nada ninguém!


Luiz Eduardo Caminha

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